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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Partido inicia encontros com pré-candidaturas


O PSB da Paraíba iniciou uma série de encontros com vista à organização das agendas de pré-campanha e definição de espaços de atuação das várias candidaturas proporcionais com vistas às eleições de outubro.
Um primeiro encontro realizado na capital neste sábado (16), reuniu durante todo o dia dezenas de militantes em evento que foi dirigido pelo Vice-Presidente estadual do PSB, Edvaldo Rosas, e contou também com a presença do Presidente Estadual, Ricardo Coutinho.
No encontro, foram escolhidas as principais áreas de atuação nesse espaço de pré-campanha, assim como indicada uma coordenação provisória, encarregada de realizar os trabalhos jurídicos, definição de uma agenda de articulação com outras pré-candidaturas e construção da política de alianças.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Carta à Zilda Arns



Foi com muita tristeza que recebemos a notícia de tua morte, Zilda Arns. O mundo sentirá falta do teu incansável e valoroso trabalho, sobretudo o Brasil e os países pobres da América Latina, Caribe e África, com os quais você trabalhou com tanto empenho, levando a experiência da Pastoral da Criança.

Você foi uma figura emblemática, que capacitou milhares de mulheres do povo, no Nordeste, no Norte, desprovidas de qualquer assistência. Foi uma brasileira fantástica que pagou com a própria vida o seu compromisso de fé, deixando um grande exemplo de ação solidária, de amor ao próximo. Dedicou sua vida como médica à causa da Pastoral da criança e revolucionou a política pública de saúde infantil.

Trouxe a idéia de um programa interdisciplinar, de dimensão comunitária, que educa, forma, capacita famílias, mães e voluntárias para garantir a continuidade da assistência. Deu noções de saneamento, higiene e saúde e orientou as pessoas a enriquecerem a alimentação, exatamente com aquilo que existe na região.

Por essas e tantas outras coisas, é que tenho por você profunda gratidão, Zilda, além de grande carinho e respeito. E o mais bonito de tudo, é que você dedicou sua vida inteira ao trabalho social, e morreu em missão humanitária. Vai em paz Zilda. O Brasil sentirá tua falta. O mundo sentirá tua falta.
Luiza Erundina

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Nota Oficial em solidariedade ao povo haitiano

O Partido Socialista Brasileiro (PSB), desde sempre comprometido com as lutas pela libertação dos povos da América Latina e do Caribe, com as lutas dos povos africanos e de sua diáspora, com os esforços dos oprimidos de todo o mundo, solidariza-se neste momento com o povo haitiano, em face da tragédia natural que acaba de se abater sobre o país, cobrando vidas inclusive de compatriotas nossos. Enviamos ao povo do Haiti e aos partidos irmãos nossas condolências, apoiando desde já toda ajuda humanitária que venha a ser oferecida ao país irmão pelo governo brasileiro e expressando nossa confiança nos valores de superação do povo haitiano, bem como em sua capacidade de construir um futuro mais próspero e feliz, livre de toda tirania e toda intervenção de exploradores estrangeiros.

Brasília, 13 de janeiro de 2010

Roberto Amaral, vice-presidente de Relações Internacionais do PSB


PSB Nacional lamenta morte de Zilda Arns

O Partido Socialista Brasileiro (PSB) lamenta a perda irreparável da médica pediatra e sanitarista Zilda Arns Neumann, vítima do terremoto no Haiti, ocorrido nesta terça-feira (12). Fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança e coordenadora nacional da Pastoral da Pessoa Idosa, Zilda Arns é o exemplo de solidariedade e justiça. Durante toda a sua vida, combateu diariamente contra a mortalidade infantil, a desnutrição e a violência em seu contexto familiar e comunitário. Hoje, o Brasil está de luto. Transmitimos as nossas condolências e solidariedade a todos os “filhos” de Zilda Arns.
Brasília, 13 de janeiro de 2010
Partido Socialista Brasileiro

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Luiza Erundina desabafa em entrevista: é difícil ser honesto na política

No terceiro mês à frente da Prefeitura de São Paulo, em 1989, a agora deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP), então no PT, resolveu manter nas garagens os ônibus da antiga Companhia Municipal de Transporte Coletivo (CMTC) durante uma greve de motoristas e cobradores. Para dar publicidade à decisão, publicou um informe pago em três jornais da cidade, apoiando os grevistas. Quase vinte anos depois, veio a conta do ato: ela foi condenada em última instância a devolver aos cofres paulistanos 350.000 reais referentes aos gastos com a publicação. Seu apartamento de 80 metros quadrados e dois carros foram penhorados. O saldo de suas contas bancárias foi confiscado.

A deputada vinha tentando contornar a situação discretamente, mas há pouco mais de um mês um grupo suprapartidário resolveu ajudar, organizando jantares para arrecadar o dinheiro. Em tempos em que boladas saem dos cofres públicos para rechear meias e até cuecas, chama a atenção um episódio em que um político é condenado a ressarcir o erário - e de fato o faz. Na entrevista a seguir, Erundina dá detalhes do episódio e fala sobre ética na política.

A quantas anda a arrecadação que pretende ajudar a senhora a devolver o dinheiro aos cofres de São Paulo?
Estamos sem prazo para ter o resultado final, mas já temos cerca da metade dessa dívida. Já foram realizados quatro jantares. Além de contribuições individuais, que são muitas, modestas e de certa forma comoventes, com doações de dois reais e de "vaquinhas" feitas por grupos de mulheres que se cotizam.

A senhora vê isso como um reconhecimento por sua carreira política?
Sim. Além disso há uma indignação diante do contraste deste com casos que nunca têm um final, uma condenação.

Quando saiu a decisão da Justiça?
Em 2006, perdi nas três instâncias e, em 2008, a Justiça executou a dívida, confiscando todo o saldo que eu tinha em duas contas, uma com os honorários como deputada, e uma outra da aposentadoria como assistente social da Prefeitura. Eu fiquei com todas as contas zeradas, e o meu advogado procurou a Justiça para negociar. O acordo que fizemos foi penhorar o único bem que tenho, um apartamento de 80 metros quadrados, que não vale nem 10% da dívida, e dois automóveis, além de 10% dos meus honorários, que são descontados na fonte.

Quem abriu o caso contra a senhora?
Um cidadão que não concordou com minha posição e moveu uma ação civil pública.

A senhora acredita que foi vítima de perseguição política?
Não me sinto vítima. Não quero me sentir como tal.

A senhora se arrependeu de ter publicado o informe sobre a greve?
Eu faria do mesmo jeito se as circunstâncias fossem as mesmas. Não me arrependo, não me sinto culpada, não errei e estou pagando o preço por uma posição coerente com minha trajetória política.

A senhora conhece algum outro político que tenha devolvido dinheiro aos cofres públicos a mando da Justiça?
Não conheço.

Diante de tantas denúncias de corrupção e mensalões sem punição, a senhora acha que paga pelo crime dos outros?
Eu diria que as manifestações de indignação e revolta sinalizam que a sociedade preserva o valor da ética e sabe distinguir quem é quem no cenário político. Não sou só eu. Tem muita gente ética e séria que não frauda o interesse público.

A senhora acha que o fato de pagar o que deve pode colocar em discussão a questão ética na próxima eleição?
Eu acho que honestidade e ética é pressuposto. Não precisa ser deputada ou militar em um partido político para que a sociedade exija um comportamento ético. Eu não me sinto exemplo. Eu me sinto alguém que deve fazer o que deve ser feito, que é agir com honestidade, lisura, transparência e respeito a quem confia em mim. Eu não sou a única que se comporta eticamente.

É difícil ser honesto no meio político?
É. Mas temos de ter compromisso ético porque isso também tem uma função pedagógica para que a juventude veja que é possível fazer política sem ter que se corromper. Aquela frase que o poder corrompe não é verdade, pelo menos não para todo mundo.

Extraído da Revista VEJA

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