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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Um ser Humano - Outros Olhares - Coluna dominical de A União

Outros Olhares - coluna dominical de A União Um ser Humano A repercussão, mundo afora, da morte de Oscar Niemeyer apenas confirma o que todos sabíamos: com a sua obra, pensamento e atitudes, ele se fez um ícone para a história da humanidade. É que um homem, para destacar-se, precisa ter brio, coragem e talento. Essas virtudes eram abundantes no carioca e lhe serviam para respaldar e estruturar a sua arte, criatividade e, principalmente, a sua humana vivência. Em 104 anos, encantou e incomodou muita gente por colocar-se, sempre, com opiniões firmes e sob argumentações convincentes, sábias e plurais. Gênio, ele foi sempre polêmico porque as suas atitudes e criações foram, muitas vezes de forma radical, de encontro a paradigmas e convenções que acomodavam velhas ideias, vícios e costumes. Ao rever, nas inúmeras matérias veiculadas desde a sua partida, o pensamento, a serenidade que só os homens centenários possuem e a sua postura firme e humanística, tomamos, inevitavelmente, uma forte carga de estímulo; um doce convite à fraternidade. O arquiteto nos lega uma imponderável lição de vida e o seu exemplo nos serve como mandamentos, pois ele não apenas disse, mas fez. Na mais plena acepção, Oscar foi gente e só um gênio, em seu contexto, consegue ser um homem tão simples. A obra de Oscar tem o vigor necessário para derrubar fronteiras e, ao mesmo tempo, é leve o bastante para manter-se suspensa no ar. O traço simples e sinuoso subtrai o peso do concreto e, independente do que guarda, ao refletir o sonho do criador, dar-se, plena e sensual, a qualquer pessoa que tenha sensibilidade para desejá-la. A cidade, os museus, a Estação Cabo Branco e tantas outras obras espalhadas pelos continentes, por serem arte, são de todos e bem mais de cada um. Eu tive o prazer de estar com Oscar Niemeyer quando, junto com a minha equipe, no exercício do meu primeiro mandato de prefeito de João Pessoa, decidimos buscar a instalação de um monumento que pudesse juntar-se ao povo, a história e a beleza da cidade e lhes servir como portal para um necessário e desejado novo tempo. Fomos recebidos por Niemeyer em seu escritório e, conversando sobre diversos assuntos, gozamos da simpatia, bom humor e perspicácia do arquiteto. Ele nos surpreendeu pelo vigor e poder de concentração e ali mesmo esboçou os primeiros traços e contornos do que hoje é a Estação Cabo Branco de Ciências, Cultura e Artes. O traço do gênio e o suor de centenas de trabalhadores e trabalhadoras ergueram a primeira e definitiva parceria entre a Paraíba e Oscar Niemeyer. Como agente político e como cidadão, entre tantas outras ações importantes para a capital paraibana, aquela, para mim, está entre as que têm um especialíssimo gosto. Foi fruto de uma ousadia, mas se fez patrimônio público da Paraíba de enorme potencial a serviço do que nos há de mais importante e profícuo: a educação, a convivência, a arte e a cultura. É um nobre espaço para o exercício da nossa história e carece apenas do cuidado e da sensibilidade dos gestores que virão. Niemeyer viveu e morreu com as mesmas convicções políticas. Isto porque o que acreditava não era fruto apenas de leituras, panfletos e clichês, mas de uma consciência e de um coração pleno de sentimentos fraternos e absolutamente humanos. O instante em que expirou foi o mesmo que fundou o mito. Este mito carrega marcas muito claras e definitivas e viverá eternamente, em seu devir cósmico, também como nosso querido vizinho da Ponta do Cabo Branco. Ricardo Coutinho - Governador da Paraíba

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