Dando destaque ao número de patentes internacionais registradas pelo Brasil em 2007, considerado decepcionante pela agência da Organização das Nações Unidas (ONU), o deputado Manoel Junior (PSB-PB) relator setorial das áreas de educação, cultura, ciência e tecnologia e esporte - discursou no plenário na tarde da última quinta-feira, 28; um verdadeiro alerta aos seus colegas parlamentares quanto à colocação do Brasil no ranking de países com maior número de invenções.
"Este País não irá se desenvolver se não investir nas pessoas que geram e pagam impostos, contribuintes que sustentam não apenas o Poder Executivo, o Poder Judiciário, o Ministério Público, o Poder Legislativo, todas as três esferas de Poder e que sustentam efetivamente o Poder Público. Se não tivermos a coragem de enfrentar esses desafios, fazer com que este País destine não só setor público, mas também na iniciativa privada 3% do Produto Interno Bruto para a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico, estaremos fadados a daqui a 100 anos vivermos num país de métodos primitivos e ver a sua população, como ainda hoje existe, sem atenção à saúde, à educação, sem moradia, sem as mínimas condições de habitabilidade", discursou.
Em seu pronunciamento, o deputado ainda destacou informações divulgadas oficialmente pela agência da ONU responsável pelo setor, a Ompi (Organização Mundial de Propriedade Intelectual) confirmando que apesar de ter crescido 15,3% o número de patentes registradas no Brasil no ano passado, os Estados Unidos continuam liderando o ranking da lista de países com maior número de invenções, porém, é uma empresa do Japão que ocupa o topo da lista. "Os Estados Unidos são uma grande potência em função dos investimentos em educação, pesquisa, ciência e tecnologia. O Brasil ainda está na época do descobrimento, vendendo matéria-prima quando poderia estar investindo em ciência e tecnologia e em produtos manufaturados. Foi investindo em educação, tecnologia e em tecnologia de informação que países como China e Japão, que saiu praticamente arrasado no pós-guerra, que hoje têm um desenvolvimento fantástico".
Um destaque à parte no discurso de Manoel Junior ressaltou o cirurgião cardiovascular pernambucano Luiz Gonzaga Granja Filho, 45, que se diz um inventor nato. Formado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), filho natural de Belém de São Francisco, no sertão pernambucano, Gonzaga, de técnicas cirúrgicas, medicamentos e até inovações para sapatos, já perdeu as contas de inventos não registrados pelos altos custos das patentes. Com dez registros em 2007 - resultando em 43 no total - , Gonzaga ficou em segundo lugar no ranking da Ompi no Brasil. Sem recursos próprios, ele busca parcerias com investidores para depositar novas patentes. "Dr. Gonzaga tem um defeito grave: inventa, cria, mas não tem o cuidado de proteger suas criações. Aí apareceram aqueles que tomaram para si alguns de seus inventos. Vendo o sacrifício que Gonzaga teve ao longo da sua vida para fazer o registro internacional de 43 patentes, sem nenhum apoio governamental, volto justamente à questão do Orçamento do nosso País".
Manoel Junior anunciou dados do relatório anual divulgado no dia 21 de fevereiro, que relata o número de 384 patentes registradas em 2007 por empresas ou indivíduos do Brasil, colocando o país em 24º lugar entre os 138 signatários do Tratado de Cooperação de Patentes. Os Estados Unidos continuam sendo, de longe, a grande potência inovadora do mundo, com 52.280 patentes em 2007, o equivalente a 33,5% do total. Mas também indica que países asiáticos, como Japão e China, estão avançando rapidamente. "Também me referi à Coréia que há 30 anos apresentava 10% dos pedidos de patentes do Brasil e que hoje é a quarta colocada, logo após uma grande potência, a Alemanha. No ano de 2007, ela apresentou 7.061 pedidos de patentes".
sábado, 1 de março de 2008
Deputado federal Manoel Junior (PSB-PB) defende a destinação de 3% do PIB para a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico'
21:02
PSB Paraíba