Em entrevista ao Portal PSB Nacional, o prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho (PSB-PB), afirmou que reforma urbana é o tema mais importante da agenda política brasileira.
"Esse é um assunto complexo que trata de um conjunto de intervenções que, na sua essência, constrói a cidadania. No meu entender não há a possibilidade de democratização de uma gestão com a participação popular, se não existem as condições básicas de vida: saúde e educação. Por isso precisamos discutir reforma urbana", declarou. "Hoje devemos juntar educação com habitação, saúde, meio ambiente e práticas de esporte e lazer. Temos que transversalizar as políticas públicas. Esse é o grande desafio."
Confira abaixo a entrevista concedida à jornalista Priscila Rocha, do Portal PSB:
Portal PSB: Qual a importância de se discutir a reforma urbana?
Ricardo Coutinho: Esse é o tema mais importante da agenda política brasileira. As organizações partidárias no Brasil, ao longo desses anos, não souberam dar a devida importância ao tema. É um assunto complexo que trata de um conjunto de intervenções que na sua essência constrói a cidadania. No meu entender, não há possibilidade da democratização de uma gestão com a participação popular, se não existem as condições básicas da vida: saúde e educação. Por isso, precisamos discutir reforma urbana. Hoje devemos juntar educação com habitação, saúde, meio ambiente e práticas de esporte e lazer. Temos que transversalizar as políticas públicas. Esse é o grande desafio. O Partido Socialista Brasileiro (PSB) chamou para si a responsabilidade de tirar o Brasil do atraso nessa área. Eu acho que o tema é essencial para o país e para nós do PSB.
Portal PSB: Quais projetos de sua administração estão tendo bons resultados junto a população paraibana?
Ricardo Coutinho: Desde o início, temos trabalhado e avançado na temática da complexidade e integralidade das ações, ou seja, todas as grandes intervenções urbanas, que nós fazemos em conjunto com o governo federal, conta com a complementação da prefeitura. Se é a habitação, trabalhamos a habitabilidade. A habitação não pode ser só moradia, tem que ter espaço de lazer, educação e saúde. Nós estamos implantando isso em toda a cidade. Uma grande área como o Alto do Céu, que era uma favela com cerca de 15 mil pessoas e sem nenhuma infra-estrutura, hoje, com a nossa gestão, adquiriu outro patamar. Construímos escolas, praças e postos de saúde. Nós tínhamos, em João Pessoa, sete acampamentos de sem-teto. Antes de nossa gestão mais de 1.300 famílias moravam embaixo de lonas e plásticos. Havia crianças de 8 e 9 anos que nunca tinham entrado em um banheiro. Então construímos um conjunto habitacional chamado, Gevásio Maia. No local oferecemos infra-estrutura completa, com pavimentação, saneamento, drenagem, casas adaptadas para deficientes, enfim, cuidados urbanísticos importantes. Chegamos além da contra-partida com escolas, saúde da família, creches para 120 crianças, praça padrão que junta equipamentos de anfiteatros, pista de skates e caminhadas, quadra poliesportivas, dentre outros. Temos também o Empreender (Programa de Geração de Renda) onde oferecemos condições de geração de emprego.
Portal PSB: O que é o Empreender?
Ricardo Coutinho: É um programa municipal de geração de renda e apoio aos pequenos negócios que criamos em 2005. Já foram mais de R$ 9 milhões investidos na abertura, expansão ou modernização de 5.200 pequenos empreendimentos. Além de cerca de 12 mil empregos diretos e indiretos gerados em João Pessoa. Na minha opinião, o Empreender-JP está mudando o perfil econômico de João Pessoa e ajudando a melhorar a qualidade de vida de pessoas que antes eram excluídas da economia formal. Atualmente 16.173 pessoas estão inscritas no Programa. Deste total, 8.740 foram convocados para capacitação e 7.433 capacitados por meio de cursos e palestras. Hoje já são cerca de cem pequenos empreendedores formalizados, e 120 em processo de formalização. O Empreender é uma forma de dizer para as pessoas que a prefeitura não tem emprego para dar, mas tem o compromisso de desenvolver economia dentro da lógica da inclusão e não da lógica dos mais ricos.