Uma sessão especial alusiva ao ‘Dia da Mulher Negra na América Latina e no Caribe’, numa propositura do Mandato Popular representado pela vereadora Sandra Marrocos (PSB). celebrou os 10 anos de atuação da organização de mulheres negras da Paraíba, Bamidelê, e também o Dia Nacional de Tereza de Benguela, uma líder quilombola do século 18, que resistiu por mais de 20 anos à escravidão à frente do Quilombo do Quariterê, no Mato Grosso.
Da Tribuna da Casa de Napoleão Laureano, a parlamentar socialista Sandra Marrocos afirmou que a realização da Sessão Especial “enche de alegria e orgulho todas e todos que constroem este mandato, pois em um único momento, no qual vejo aqui reunidas pessoas lindas, guerreiras sonhadoras de um mundo melhor, comemoramos o Dia da Mulher Negra na América Latina e no Caribe, cuja data oficial é 25 de julho, comemoramos também o Dia Nacional de Teresa de Benguela, grande mulher quilombola que comandou por 20 anos a estrutura política, econômica e administrativa do Quilombo do Piollo, no Estado do Mato Grosso, e, para nós pessoenses e paraibanos e paraibanas, celebramos com muito orgulho, os 10 anos de atuação da Organização de Mulheres Negras na Paraíba, a Ong Bamidelê, ou seja, nada mais significativo do que lembrar 10 anos de luta ao lado de outras duas datas igualmente importantes”.
Adiante, Sandra Marrocos ressaltou. “Muito me encanta o significado da palavra Bamidelê: Esperança, Esperançar, ou seja, uma esperança ativa, que busca a realização de ações concretas para uma sociedade mais justa e democrática. Estas ações tem se tornado realidade nos últimos 10 anos em nosso Estado, através de atividades educativas e formativas que têm como público alvo as mulheres negras, jovens e adolescentes de comunidades, movimentos e escolas das zonas urbana e rural da Paraíba”.
Presenças – A mesa dos trabalhos foi presidida pela vereadora Sandra Marrocos, e contou com a participação da vereadora Raíssa Lacerda, secretariando a sessão, e ainda, representações de diferentes entidades, a exemplo de Solange Rocha – Bamidelê, Mãe Izabel – Religiões de Matriz Africanas, Nézia Gomes – Secretaria Especial de Políticas Públicas para as Mulheres, Irene Marinheiro – Fórum de Mulheres da Paraíba, e Mãe Renilda – Movimento negro Organizado.
Solange Rocha ressaltou a importância da organização de mulheres negras da Paraíba. “A Bamidelê é herdeira de uma história de resistência de mulheres e homens negros (as) africanos (as) e afro-brasileiros (as) que, desde o período da escravidão, se colocaram contra o sistema opressor e lutaram por dignidade”. Adiante, Rocha enfatizou símbolos da luta pela igualdade racial na Paraíba. “Lembramos as lutas de mulheres escravizadas do século XIX, como Gertrudes Maria, Juliana, Salustia, e mais recentemente, no século XX, Adélia de França, Chica Barrosa, Joana Pé de Chita, Rita Maria do peixe e Mãe Joana, só para citar alguns exemplos”.
A Secretária de Políticas Públicas da Prefeitura Municipal de João Pessoa, Nézia Gomes, destacou ações de empoderamento do poder público municipal, citando a atuação da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), que segundo ela, “prioriza dar visibilidade às manifestações da cultura popular e realiza uma parceria com a Secretaria Especial de Políticas Públicas para as Mulheres, inclusive com homenagens às mestras e brincantes que participam ativamente dos eventos culturais da Capital”.
PL contra violência e preconceito - Mais cedo, na sessão ordinária da manha desta quarta-feira (24), como parte das atividades alusivas ao ‘Dia da Mulher Negra na América Latina e no Caribe’, a vereadora Sandra Marrocos (PSB), apresentou na Tribuna da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), um Projeto de Lei que proíbe o Poder Público Municipal de cantores ou bandas que, em suas músicas, danças ou coreografias desvalorizem, incentivem a violência ou exponham as mulheres à situação de constrangimento.
Segundo justificativa da parlamentar socialista, a propositura enfatiza que o poder público, enquanto ente responsável pela mediação social e pelo bem-estar das pessoas, não pode, em hipótese alguma, incentivar e divulgar músicas que incentivem a violência e o preconceito contra as mulheres.
Adiante, Sandra Marrocos ressalta as bandeiras de luta dos movimentos sociais, em especial, o movimento feminista, contra o preconceito e para que a mulher seja respeitada, que inclusive, conta atualmente com aparato jurídico, a exemplo da Lei Maria da Penha.
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Sessão alusiva ao ‘Dia da Mulher Negra na América Latina e no Caribe’ movimentou o plenário da CMJP
15:58
PSB Paraíba